Como foi visto na seção anterior, a massa magnética na
mesmo com a inclusão na teoria de um termo de Chern-Simons, é nula
a um laço. Na análise desenvolvida, este resultado foi uma
consequência de
no limite estático e é, de certa
forma, reminiscente do resultado encontrado na
. Este
comportamento é surpreendente, uma vez que em
dimensões o
termo de Chern-Simons assume um papel importante na teoria
fermiônica, modificando intrinsicamente seu carácter
eletromagnético. Mesmo assim, ele não é suficiente para gerar
uma massa magnética ao sistema. Um estudo detalhado desta questão foi
desenvolvido em [27]. Naquele trabalho mostramos que
, através de um cálculo direto a dois laços e de um
prova geral, válida em qualquer ordem de
perturbação. Apresentaremos a seguir tal análise.
Da decomposição do tensor de polarização,
Eq. (3.59), podemos concluir que, para uma dimensão
qualquer,
pode ser escrito como:
ou seja, não depende da estrutura do termo com
quebra de paridade do tensor de polarização e pode ser
determinado diretamente de
.
Indo para o cálculo a um laço podemos expressar
como sendo:
onde os índices e
indicam respectivamente
as aproximações de árvore e um laço. Usando que:
![]() |
(3.100) |
onde
representa o maior inteiro
menor ou quanto muito igual a
, e
, podemos escrever
com o uso das Eqs. (3.109) e (3.110) como sendo:
![]() |
![]() |
![]() |
|
![]() |
![]() |
||
![]() |
![]() |
||
![]() |
![]() |
||
![]() |
![]() |
(3.101) |
onde
. Considerando somente o termo
dependente da temperatura, temos:
![]() |
![]() |
![]() |
|
![]() |
![]() |
(3.102) |
onde representa a distribuição de Fermi-Dirac,
ou seja,
![]() |
(3.103) |
Agora, fazendo uma mudança na variável de integração chegamos a:
![]() |
![]() |
![]() |
|
![]() |
![]() |
(3.104) |
para . Este resultado, em geral, é válido
somente para o termo com temperatura finita, que não apresenta
divergência ultravioleta. Em uma dimensão
qualquer, a
contribuição independente da temperatura não pode ser
incluída na expressão acima, devido a problemas com divergência
ultravioleta. Em
dimensões, porém, inclusive este termo
pode ser considerado, uma vez que a divergência ultravioleta nele
existente pode ser renormalizada [9]. Em tal situação,
mesmo o termo independente da temperatura se anula.
É de se esperar que um cálculo a dois laços seja mais
complicado, mas lembrando que o anulamento de a um laço
deu-se devido a uma derivada total do integrando, podemos buscar
este mesmo tipo de estrutura a dois laços. Com esta expectativa,
vamos estudar tal correção. Neste caso, existem dois diagramas
a serem calculados,
e
,
figura (3.4), respectivamente expressos por:
![]() |
(3.105) |
e
![]() |
(3.106) |
onde definimos:
![]() |
(3.107) |
e
![]() |
(3.108) |
Podemos simplificar estas expressões utilizando a invariância de
calibre da teoria. Assim, definindo a amplitude com quatro fótons
externos a um laço,
,
como sendo:
![]() |
(3.109) |
então vale que:
![]() |
(3.110) |
devido à invariância de calibre de
. Desta forma temos que:
![]() |
(3.111) |
Com estas simplificações sendo utilizadas, somamos as duas contribuições ao tensor de polarização a dois laços, finalmente chegando, após algumas manipulações algébricas, a:
![]() |
![]() |
![]() |
|
![]() |
![]() |
||
![]() |
![]() |
(3.112) |
ou seja, de maneira análoga ao cálculo a um
laço, chegamos a uma derivada total que se anula na
integração , incluindo o termo com temperatura nula.