Após estudar a teoria livre, o próximo passo consiste em estudar uma
teoria interagente. Um modelo simples que contém interação é o modelo
expresso pela ação
Note que, com a introdução na ação do termo quártico em ,
as
integrais envolvidas em
deixam
de ser Gaussianas. Apesar desta dificuldade, o modelo ainda é
interessante porque apresenta propriedades como invariança pela troca
dos sinais dos campos e quebra espontânea de simetria. As referências
[9], [10] e [11] apresentam um
estudo detalhado destas propriedades. Aqui vamos nos restringir a
reportar alguns resultados importantes.
Para resolver este modelo continuamos utilizando o formalismo de integração funcional. A idéia é utilizar-se do algoritmo de Metrópolis e outros algoritmos estocásticos ([12], [13], [14] e [15]) para avaliar numericamente a integração funcional, inviável de ser resolvida analiticamente. Desta maneira não precisamos necessariamente depender da teoria de perturbações para obter resultados da teoria, procedimento utilizado na T.Q.C. no contínuo.
Podemos por exemplo calcular o propagador (ou seja, a função de dois
pontos) do modelo tanto por teoria de perturbações [9] como
por simulações estocásticas. Nos dois casos pode-se observar que o seu
comportamento é similar ao do propagador livre, apenas substituindo-se
por
,
uma espécie de renormalização de
.
O valor de
pode ser obtido por cálculos
perturbativos [9] ou por simulações estocásticas.
Estudando a função de um ponto
podemos observar que ela comporta-se como uma parâmetro de
ordem. Assim construímos o diagrama de fases do modelo
(fig. 3.2). Nele a fase de simetria quebrada é onde
e a fase simétrica onde
no limite do contínuo. Partindo
de uma rede finita com
qualquer e
,
ao tomarmos
o limite do contínuo é necessário que
tenda a zero para que
seja finito. Vale salientar também que o
comportamento crítico descrito pelo diagrama de fases
(fig. 3.2) existe somente no limite do contínuo, pois é
justamente neste limite que as funções envolvidas deixam de ser
analíticas devido à integração funcional e surge a possibilidade do
aparecimento de descontinuidades, ou não-analiticidades nos
observáveis.
Podemos ainda obter a declividade da curva crítica do modelo nas
proximidades do ponto Gaussiano .
Definindo o ângulo polar
de tal forma que
,
corresponda a
nulo e
,
corresponda a
,
temos que, para d=4,
corresponde a aproximadamente 650.