Next: Problemas e Dicas
Up: FMA 215 Aula 4:
Previous: O comando ls -a:
Obtenha um floppy disk de 1.4 MB, vazio e em bom estado, de preferência
novo. É um problema relativamente comum floppy disks terem problemas de
erro de leitura devido a defeitos de superfícies, assim, use apenas
floppies de boa qualidade, para evitar problemas e frustrações.
Em geral os floppy disks vêm formatados da fábrica. Isto quer dizer que
eles vêm ``formatados em nível baixo'', o que significa já ter as trilhas
magnéticas onde serão armazenados os dados, segundo uma certa geometria
padronizada. Além disto, eles em geral já vêm com um filesystem tipo FAT
do DOS, o que significa que já está escrita neles uma certa quantidade de
informação, reservando espaço para funções de controle e organização dos
arquivos que podem ser escritos no restante do espaço disponível do
floppy como, por exemplo, tabelas para os nomes dos arquivos e para as
datas de criação. Em filesystems mais complexos há mais tabelas, por
exemplo para informações de ownership e de controle de acesso.
Denominaremos a criação no disco de uma tal estrutura de filesystem de
``formatação de nível alto''.
Está claro que qualquer filesystem que se crie no disco ocupa algum
espaço, que chamamos de ``overhead'', de forma que nem todo o espaço
disponível no disco ``raw'' (aquele que está formatado em nível baixo mas
não em nível alto) estará disponível para arquivos dos usuários. É o
filesystem que nos permite usar a capacidade de random access do floppy,
acessando diretamente algum arquivo que esteja escrito lá pelo meio
dele. Quanto mais simples o filesystem, menos overhead ocupará. Por outro
lado, filesystems mais complexos dão ao usuário maior controle e mais
opções sobre os tipos de coisas que é possível colocar no disco. Para
poder usar todo o espaço ``raw'' disponível no floppy, é necessário
usá-lo sem uma estrutura de filesystem, o que também é possível fazer,
como veremos mais tarde no tópico sobre procedimentos de backup. Neste
caso o floppy passa a ser um dispositivo de acesso sequencial, exatamente
como uma fita.
Execute a sequência de tarefas que segue. Para cada uma, faça um esforço
de compreender o significado dos outputs dos comandos que aparecem na
tela. Não se esqueça de anotar suas dúvidas, dificuldades e curiosidades
para discutir durante a próxima aula.
Atenção! Aviso importante: quando você tiver montado um disquete no
sistema, nunca o retire fisicamente do drive enquanto ele estiver
montado, sob pena de perder dados. Para poder retirar o floppy do drive
deve-se primeiro desmontá-lo, como veremos adiante.
- Faça um login no sistema e crie um arquivo de teste em sua
conta. Chame-o de teste.txt e escreva alguma coisa reconhecível
dentro dele como, por exemplo, ``Hello world 43'' ou algo assim.
- Certifique-se de que o seu floppy não está protegido contra escrita
(write-locked). Há uma janelinha num canto do floppy que pode estar
aberta ou fechada; ela deve estar fechada. Coloque o floppy no drive.
- Dê uma boa olhada no diretório /floppy/vfat do sistema. Use o
comando ls -al para determinar a quem ele pertence e quais os tipos
de acesso permitidos. Você tanto pode ir até lá (cd /floppy/vfat ;
ls -al) quanto ``olhar de longe'' (ls -al /floppy/vfat).
- Tente criar um arquivo chamado trash naquele diretório. Você
tanto pode fazer isto indo até lá quanto ``de longe''. O que acontece?
Observe que neste momento você está tentando usar um sub-diretório
contido no filesystem-raiz do sistema, que está protegido dos usuários.
- Caso tenha saído de lá, volte para casa (para o seu home) dando o
comando cd sem argumentos. Dê o comando df para verificar
quais são os filesystems disponíveis no sistema. O filesystem-raiz é
aquele que aparece como montado no diretório-raiz (/) no output do
comando df.
- Até aqui, não há nenhuma conexão lógica estabelecida entre o floppy
que você colocou no drive e o sistema. O sistema está configurado para
permitir que você ``monte'' o floppy no diretório /floppy/vfat,
estabelecendo assim esta conexão, desde que ele esteja no formato FAT do
DOS. Faça isto, usando o comando mount.
- Use o comando df para verificar que a montagem foi bem
sucedida. Atenção: a partir da montagem está estabelecida uma
conexão lógica entre o dispositivo e o sistema, nunca retire
fisicamente o floppy do drive enquanto ele estiver montado, sob pena de
quebrar indevidamente esta conexão e, possivelmente, perder dados. Além
disso, a unidade floppy ficará num estado que impedirá que outros
usuários a utilizem. Para poder retirar o floppy do drive deve-se
primeiro desmontá-lo, como veremos adiante.
- Olhe de novo o diretório /floppy/vfat com o comando ls
-al, determinando a quem ele pertence e os tipos de acesso permitidos.
O que mudou? Olhe a linha correspondente à montagem do diretório /floppy/vfat no arquivo de configuração /etc/fstab do sistema e
veja se você consegue identificar a função das opções que aparecem lá.
- Copie o seu arquivo teste.txt no diretório /floppy/vfat
e em seguida vá para lá. Dê uma boa olhada no output do comando ls
-al. Copie o arquivo, criando um novo arquivo chamado teste.txt-2.
Faça uma outra cópia com o nome meu-novo-arquivo-de-teste.txt.
Verifique o sucesso da operação com o comando ls -l. Há algo de
estranho em relação a isto? Observe que o floppy está montado com formato
VFAT, que é uma extensão do formato FAT usual do DOS. Dê o comando mount sem argumentos para verificar as características das montagens
correntemente existentes no sistema.
- Tente criar um hard link para o arquivo teste.txt com o nome
teste2.txt, usando o comando ln. O que acontece?
Tente criar um soft link com o mesmo nome, usando o comando ln
-s. O que acontece? Lembre-se de que este é um filesystem muito simples
e incompleto.
- Use o comando df para verificar qual o espaço total existente
no floppy que está montado e registre esta informação em algum lugar.
Compare o número obtido com a capacidade nominal do floppy, 1440 KB ou
seja, aproximadamente 1.4 MB (lembre-se de que 1 KB são 1024 bytes e de
que 1 MB são 1024
bytes).
- Certifique-se de que você não tenha colocado no floppy nada que
queira manter, pois vamos reformatá-lo em nível alto, perdendo assim toda
a informação nele contida. Desmonte o floppy usando o comando umount, mas mantenha o floppy no drive. Ah, caso você não tenha ido para
casa antes de fazer isto, o que aconteceu? Você imagina porquê? Bom, seja
como for, vá para casa e desmonte o floppy, mas ainda mantenha-o no
drive. Verifique novamente os conteúdos do diretório /floppy/vfat,
após a desmontagem.
- Tendo desmontado o floppy, vamos agora reformatá-lo em nível alto,
usando o formato de filesystem nativo do Linux, chamado ext2 ou
``second extended filesystem''. Se você quer saber o que aconteceu com
primeiro, o antigo ``extended filesystem'', bem, ele morreu. Observe que
todos os dados ora contidos no floppy serão perdidos. No Linux, assim
como no Unix, podemos acessar diretamente dispositivos que estejam
conectados ao sistema através de arquivos especiais que se encontram no
diretório /dev. Para fazer um filesystem tipo ext2 no floppy
use o comando mke2fs /dev/floppy.
- Dê uma boa olhada no diretório /floppy/ext2 do sistema. Use o
comando ls -al para determinar a quem ele pertence e quais os tipos
de acesso permitidos.
- O sistema está configurado para permitir que você monte o floppy no
diretório /floppy/ext2, desde que ele esteja no em formato ext2 do Linux. Faça isto, usando o comando mount.
- Use o comando df para verificar que a montagem foi bem
sucedida. Atenção: nunca retire fisicamente o floppy do drive
enquanto ele estiver montado, sob pena de perder dados e impedir que
outros usuários utilizem o drive depois que você sair. Para poder retirar
o floppy do drive deve-se primeiro desmontá-lo.
- Olhe de novo o diretório /floppy/ext2 com o comando ls
-al, determinando a quem ele pertence e os tipos de acesso permitidos.
Há um diretório com um nome sugestivo lá, você tem idéia de sua possível
utilidade? Olhe a linha correspondente à montagem do diretório
/floppy/ext2 no arquivo de configuração /etc/fstab do sistema
e veja se você consegue identificar a função das opções que aparecem lá.
- Copie o seu arquivo teste.txt no diretório /floppy/ext2
e em seguida vá para lá. Dê uma boa olhada no output do comando ls
-al. Copie o arquivo, criando um novo arquivo chamado teste.txt-2.
Faça uma outra cópia com o nome meu-novo-arquivo-de-teste.txt. Dê o
comando mount sem argumentos para verificar as características das
montagens correntemente existentes no sistema.
- Crie um hard link para o arquivo teste.txt com o nome teste2.txt, usando o comando ln. Crie um soft link com o nome teste3.txt, usando o comando ln -s. Examine cuidadosamente o
output do comando ls -al.
- Use o comando df para verificar qual o espaço total existente
no floppy que está montado e registre esta informação em algum lugar.
Compare o número obtido com a capacidade nominal do floppy e com o valor
obtido no caso do filesystem vfat. O que estes números indicam?
- Vamos encher completamente o floppy de dados. Esta é uma boa forma
de se saber se a mídia está realmente em perfeito estado. Para fazer
isto, vamos usar o device /dev/zero. Este não é realmente um
dispositivo físico e sim uma conexão com um gerador de zeros binários
(não de caracteres zero) que existe dentro do kernel do Linux. Crie
um arquivo cheio de zeros binários, chamado trash, usando o comando
cat /dev/zero > trash. Atenção: certifique-se de que você
está no diretório /floppy/ext2 antes de fazer isto!
- Ooops, apareceu uma mensagem de erro, você imagina porquê? Não se
importe com ela, use os comandos df e ls -al para determinar
qual é a situação do floppy. Enquanto você está fazendo tudo isto, não se
preocupe se a luz de atividade do floppy drive acender só quando ela quer
e não quando você acha que ela deveria acender. O sistema sabe o que está
fazendo e tem suas próprias idéias e opiniões sobre isto, portanto não se
preocupe. Frequentemente ele faz uma cópia das coisas em memória e só as
escreve de fato no disco depois de algum tempo. É assim mesmo.
- Desmonte o filesystem com o comando umount. Ooops, caso você
tenha esquecido novamente de ir para casa antes de fazer isto, vá para
casa e desmonte o floppy, mas ainda mantenha-o no drive.
- Caso algo aconteça enquanto você está usando o floppy que possa
perturbar o funcionamento dele e do sistema (digamos, acabar a luz, por
exemplo), o filesystem nele contido não terá sido desmontado da forma
apropriada. Neste caso existe uma utilidade do sistema que pode ajudar a
checar e recuperar os dados contidos no disco. Trata-se do comando e2fsck, ou ``second extended filesystem check''. Tendo desmontado o
floppy corretamente, use este comando para checá-lo, da forma e2fsck
/dev/floppy. Mais uma vez estamos fazendo um acesso direto ao
dispositivo, sem que ele esteja montado. O que acontece? Force a checagem
usando o comando com a opção -f, da forma e2fsck -f
/dev/floppy. Examine atentamente o resultado.
- Para refazer um filesystem tipo FAT do DOS no floppy, use agora o
comando mkdosfs /dev/floppy. Mais uma vez, lembre-se que com isto
todos os dados contidos no floppy serão perdidos. Monte o floppy, desta
vez diretamente no diretório /floppy. Olhe a linha correspondente
do arquivo /etc/fstab. Como o floppy de 1.4 MB é pequeno e de
utilidade limitada, em geral o utilizamos no formato DOS, que é um pouco
mais econômico em termos de espaço. Por conveniência, configuramos uma
montagem diretamente no diretório floppy, usando este formato de
filesystem. Repita algumas das operações anteriores para se certificar de
que está tudo funcionando.
- Desmonte o floppy do diretório /floppy. Existe também uma
utilidade para verificar a consistência de floppies no formato DOS. Use-a
em seu disquete executando o comando dosfsck /dev/floppy. Se você
quiser que ele seja um pouco mais explícito sobre o que está fazendo, use
o comando da forma dosfsck -v /dev/floppy. A chave -v (de
verbose) faz com que ele coloque um output mais detalhado na tela. Não se
esqueça de retirar o floppy do drive ao sair de sua seção.
Next: Problemas e Dicas
Up: FMA 215 Aula 4:
Previous: O comando ls -a: